Módulo 1 - Temas Transversais


Vídeo-aula 1: As Revoluções Educacionais 

Primeira Revolução:  se inicia no Egito Antigo com as casas de instrução voltada ao ensino de filhos de faraós e da elite egípcia, a escola priorizava o ensino aristocrático e individualizado.


Aristóteles e Alexandre Magno "O grande"

Segunda Revolução:  se inicia em meados do séc. XVIII (consolidação do Estados Modernos europeus (Absolutismo)), numa sociedade agrária onde o Estado passou a ser o responsável pela educação e de forma pública, o professor passou a ser o detentor e transmissor do conhecimento,  somente a meninos brancos (homogeneização) excluindo negros, meninas e alunos com déficit de aprendizagem.

Professor detentor do conhecimento à poucos alunos

Terceira Revolução: se inicia a partir do séc. XX com o processo universalização e democratização numa sociedade do conhecimento, a sociedade deixa de ser agrária devido ao desenvolvimento dos meios de produção através da inclusão das diferenças (econômica., religiosas, etc.).


Desafio: como conciliar acessibilidade, equidade e ao mesmo tempo na qualidade do ensino voltado as diferenças, nós educadores devemos reinventar a escola, buscando caminhos para atendermos nosso público.

                                
                                                             Salas super lotadas

Evolução educacional

Referência bibliográfica: A terceira revolução educacional, ESTEVE, José M., 2004.


Vídeo-aula 2: Os caminhos da interdisciplinaridade

Três princípios base do Pensamento Simplificador segundo Edgar Morin:

1- Disjunção:  separar diversos conhecimentos (disciplinas) que formam um todo em partes. 


2- Redução : do complexo ao simples, analisa a parte com se fosse um todo, cita como exemplo a indisciplina de um aluno devido a separação de pais, sendo que o motivo da indisciplina é muito mais complexo "só vê a ponta do iceberg".

3- Abstração:  cita como exemplo a utilização de tecnologias (net,vídeos,etc)no ambiente escolar para visitar várias partes do mundo.

Nos séculos XVII ao XX, o modo de trabalho com disciplinas teve grande importância para simplificar as coisas para entendê-las beneficiando a ciência ao construir novos conhecimentos. Porém viu-se a a necessidade separar em partes para explicar a realidade explicando explicando o todo e não oque julgamos ser a mais importante.  

I - Superação da disciplinaridade: para superar a disciplinarização (ciência além das disciplinas) através da transversalidade.

II - Multidisciplinaridade: precisa de várias disciplinas para ser explicado,  problema que não existe diálogo entre as disciplinas Ex. Projeto que cada um faz sua parte sem diálogo sob sua perspectiva.

III - Interdisciplinaridade: as disciplinas se dialogam, um profissional ouve  outro e trabalham juntos mesmo que a leitura seja feita através de sua perspectiva.


Referência bibliográfica: O pensamento simplificador, MORIN, Edgar, 2004.

Vídeo-aula 5: O conceito de Transversalidade

A evolução da ciência e de novas tecnologias sempre beneficiou as camadas mais ricas da sociedade não levando em conta os menos favorecidos economicamente deixando de lado conceitos de justiça, democracia e bem estar social.


Toda instituição de ensino colada dentro de seu projeto político pedagógico dois objetivos prioritários: a instrução (transmitir os conhecimento adquirido com a evolução da humanidade) e a formação do cidadão, no entanto as escolas ignoram a formação ética e moral do educando delegando a família essa formação. Nas últimas décadas e com a inserção da mulher no mercado de trabalho, as famílias atribuem as escolas a formação ética e moral de seus filhos.


A transversalidade veio para romper o modelo tradicional de fragmentação de disciplinas e pensar um novo sentido para a educação em que temas abordando ética e cidadania deixem de ser secundários e possa atender os anseios da sociedade no processo educativo."É o trabalho com temáticas que atravessam, que perpassam os diferentes campos do conhecimento", é necessário trabalhar com temáticas que busquem a melhoria da sociedade e da humanidade.
Temas transversais mudam a cara da escola, muda o foco das aulas do cotidiano, dando respostas a sociedade a problemas prioritários e preocupantes, por isso precisamos trilhar novos caminhos na educação colocar a formação ética e cidadã em prática e assim transformaremos nossa sociedade.



Vídeo-aula 6: Temas Transversais em Educação

Dois momentos que dividem a aula:

1º momento: Diferentes concepções de transversalidade

A escola tem autonomia para escolher os temas prioritários para serem trabalhados para sua comunidade, na legislação brasileira são: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo.

Duas concepções diferentes na prática da transversalidade:

1-  A escola continua organizada através das disciplinas tradicionais: num eixo vertebrados do currículo concedendo os temas transversais papéis secundários, objetivando um ensino fragmentado, colocando a educação para a cidadania em segundo plano. Utilizam atividades pontuais: Professor de ciências desenvolve educação sexual durante uma semana com os alunos de forma fragmentada e isolada.

2 - Disciplinas, palestras e acessorias: sobre temas transversais, muitos recorrem a outros profissionais especialistas (médicos, sociólogos) ou a escola cria ciclos de palestras. 
Crítica: o conhecimento continua fragmentado.

3 - Oferecimento de projeto de projetos interdisciplinares sobre temas transversais: as ONGs oferecem determinado tema para trabalhar e os professores de diferentes áreas trabalham a mesma temática (interdisciplinaridade), no entanto a fragmentação das disciplinas ainda existem porque ainda não existem diálogo.

Busca de metáforas para a transversalidade: deve-se criar teias, romper com a organização disciplinar presente na escola tirando a mesma do isolamento e conectando com o mundo externo e criando temas que seja relevantes a comunidade.

Observação: no final da vídeo aula é mostrado o prof. Ricardo Pátaro explicando o desenvolvimento de um projeto com a participação de várias disciplinas visando a construção de um mundo melhor 


Vídeo-aula 9: Ciência e Educação


Professor: Luís Carlos de Menezes (Instituto de Física da USP)

A ideia de conteúdo escolar: é atribuído muitas vezes ao discurso do professor e isso é insuficiente, é necessário que o aluno, participe, debata e discuta sobre seu conhecimento e perceba como a vida cotidiana pode inspirar seu pensamento científico, e perceber que a ciência é coisa do ser humano e não somente de cientistas.

Segundo Menezes:
  • A ciência deve transpor para a escola uma visão geral.
  • O percurso formativo do aluno é o currículo escolar.
  • A Ciência é um conjunto de conteúdos.


Ciência como linguagem:  faz parte do dia-a-dia como rótulo de medicamento, jornais que mostram a previsão do tempo, catástrofes naturais,etc., são domínios dessas linguagens que se ensina na escola e o aluno deve aprender.



Ciência como instrumental prático:  é necessário que o aluno não domine somente a linguagem, ele deve comparar também gastos para o seu dia-a-dia, Menezes cita com exemplo que o aluno ao analisar sua conta de luz e perceber que se na sua residência for trocado o chuveiro elétrico pelo chuveiro a gás os gastos com sua conta de luz será menor.


Ciência como visão de mundo:  tecnológica com base científica, saber que um som se transforma em impulso elétrico, citou como exemplo o funcionamento de celulares e controles remotos, conhecimentos que podem ser ensinados a crianças. Mostrar no nosso aluno que a ciência não é a verdade, mas a busca da verdades a serem superadas por meio da prática e observações, por isso o aprendizado tem que ter um significado. 


Vídeo-aula 10: (Univesp TV) Interdiscipinaridade e Transversalidade na educação

"A gente vem para a escola para aprender o mundo" (Nilson Machado)

 A escola é disciplinar, mas a realidade não, e a interdisciplinaridade surgiu para que as disciplinas pudessem ter relações mais próximas e não mudassem seus objetos. 




Os temas Transversais surgiram para reagir a fragmentação disciplinar e trabalhar temas que não estão no curriculum escolar e que possa ser trabalhado em conjunto como: valores, cidadania, meio ambiente,entre outros. Cabe a escola a função de ser a ponte entre o disciplinar e transdisciplinar só que para isso é necessário que antes a escola seja interdisciplinar.


O professor Pablo Rubém Mariconda explicou a teoria de René Descartes em sua obra "Discurso do Método" em que estabelece a concepção da unidade do conhecimento científico através do método para chegar a ciência, através da divisão de fenômeno reduzindo o complexo ao simples.

O sociólogo francês Edgar Morin faz um crítica a teoria de Descartes afirmando que essa visão mutila o conhecimento.


Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede

Professor: Nilson Machado (Faculdade de Educação da USP)

É abordado nesta aula a transdisciplinaridade em rede (sentido metafórico), como uma imagem do conhecimento., onde se planeja; avalia e pensa o currículo

Professor Nilson inicia que a transmissão do conhecimento não é mais como um balde na cabeça do aluno que que vai despejando a matéria até encher (nível baixo ou alto) ou encadeamento lógico . A ideia de rede é associar a rede com as ações na sala de aula (avaliar, organizar, e inspirar sobre o conhecimento).


Segundo o professor Nilson, alguns professores defendem a teoria cartesiana (reclama do passado e promete para o futuro) de René Descartes (Discurso do Método) afirmando que o conhecimento se baseia num grande encadeamento das disciplinas saindo do mais simples para ir ao mais complexo

                                                                           linha de produção do mais simples ao mais complexo (René Descartes)

Ideia de rede, planeja através de uma teia de relações por meio do aprendizado num mar de relações           e significações: conhecimentos, conceitos, significados (o que aprendemos na escola ligada em muitos casos) trazidos pelo aluno.
O trabalho de todos na escola é acrescentar conhecimentos, pensar além das disciplinas (transdisciplinaridade), não deve ter no ensino apenas um centro de interesse, mas sim centros de interesse, motivado por um tema criando diferente conceitos.  Navegar no mar de relações que o conhecimento pensado em rede oferece com liberdade para desencadear o conhecimento.
 
"conhecimento em rede"

Vídeo-aula 14:  Projetos

Professor: Nilson Machado (Faculdade de Educação da USP)

Prof. Nilson aborda nesta aula a ideia de projeto relacionada a ação

A ação consciente e refletida manifesta a vontade e gera a ideia de projetos para analisar e se lançar com metas e objetivos correndo riscos inerentes a nossas ideias, ninguém pode ter projeto pelo outro (sem coação), podemos motivar e estimular, no entanto quem projeta é quem realiza a ação projetada.


Características para desenvolver projetos:  Planejar, projetar, avaliar. Ideias de projetos relacionados com valores que precisamos ajudar e motivar objetivando metas. Existem valores que devem ser combatidos, (quanto negativos) ou conservados e modificados.


Vídeo-aula 17:  Pedagogia de projetos

   São mostrados nesta aula dois exemplos de projetos, onde os alunos são sujeitos ativos no projeto e professores de diferentes disciplinas dialogam para desenvolverem as atividades didáticas. 
  Os projetos (sendo consciente e competente) possuem suma importância e abrem possibilidades do aluno se desenvolver não só na dimensão escolar. 
   No entanto, para que o projeto seja desenvolvido é necessário um plano de partida, porém o desenvolvimento das ações pode ser mudado, por isso que devemos ser estrategistas.  



Conceito de estratégia de projetos: Interdisciplinaridade e transversalidade, temos que romper as fragmentações das disciplinas. As disciplinas precisam ter maiores relações com outras disciplinas.
Devemos nos atentar em não trabalharmos a multidisciplinaridade, pois embora muitas disciplinas possam trabalhar um assunto, elas não dialogam. Na interdisciplinaridade é diferente, existem diálogos entre as disciplinas.



Vídeo-aula 18:  Educação integral

 A vídeo-aula mostra ricos projetos desenvolvidos com temas voltados para cidadania com alunos que estudam em tempo integral na escola Jacira Viera de São José dos Campos. Segundo a coordenadora da escola: "A escola não pode pensar apenas no viés cognitivo intelectualizado"



O educador da escola com ensino integral passa a ser o mediador e os alunos tem uma rotina diferenciada escolhendo o que ele quer aprender nos ateliês (atividades extra curriculares), se tornando mais maduros, respeitando o próximo ao se relacionar com os demais e utilizando a cooperação entre ambos.



" Todos os espaços da escola tem que ser de aprendizagens significativas" (professora Socorro de S.José dos Campos).




Vídeo-aula 21:  Sentimentos e afetos como tema transversal

Professora: Valéria Arantes (Faculdade de Educação da USP)


Objetivo Principal: Como inserir sentimentos e afetos no currículo da escola como tema transversa?

Três conceitos para legitimar o trabalho com sentimentos e afetos:

Valores: Surgem da projeção de sentimento positivo e relação afetiva, não só valor moral, mas aquilo que eu gosto e é importante para mim.



Auto estima: Estimular a auto-imagem que o sujeito constrói sobre si mesmo sendo fundamental para a cidadania.



Auto conhecimento: Relacionado a autonomia, conhecer a si mesmo é muito importante para saber o que realmente queremos ou não em nossas vidas.



Pergunta central: Como incorporar os sentimentos e afetos no cotidiano de nossas escolas?
Transformar o sentimento de afetos em objetos de ensino-aprendizagem de forma transversal. 

Durante a vídeo-aula, a professora mostrou um exemplo de trabalho com sentimentos, com o de diagnosticar e fazer encaminhamentos a determinados alunos. 

Vídeo-aula 22:  As questões de gênero no cotidiano escolar 

Professora: Brigitte Haertel

É abordado durante a aula questão do gênero no contexto escolar sob uma perspectiva sócio-interacionista e ao colocar esta questão ela cita documentos como os PCNS, MEC que defendem a igualdade entre os gêneros. 


Cite a professora que como educadores temos a oportunidade de fazer reflexões a partir dos temas transversais que permite abordar questões relativas a formação moral do sujeito na elaboração do projeto político pedagógico da escola, temas que deve condizer com a realidade de nossos alunos. 

Começar a partir de pequenos gestos que os alunos entendam que ninguém é inferior a ninguém, como não separar filas de homens e mulheres, mas sim por faixa etária, por exemplo. A professora também sugere trabalhar com questões de gênero dependendo da faixa etária dos alunos de cada escola. 

Exemplos:
Adolescentes: Orientação sexual
Jovens: Valores - formação social
Crianças: Trabalhar a igualdade de gênero na diversidade cultural

       A professora finaliza a aula demonstrando que a escola é muito sexista e que devemos rever o conceito de lógica e trabalharmos com formas diferentes no ensino da transversalidade dos alunos.


Vídeo-aula 25:  Estratégia de Projetos e a Construção de rede.

Professor: Ricardo Pataro

O professor apresentou etapas básicas de um projeto escolar e a construção de uma rede exemplificando um projeto que desenvolveu juntamente com os alunos sobre o "Trabalho Infantil e Educação no Brasil" baseado na Declaração Universal dos Direitos Humanos (Direito a Educação).

Veja abaixo as etapas do projeto:

1ª  etapa: Escolher o tema transversal, o chamado "Grande Tema".

2ª etapa: Aproximação do tema (pesquisa de imagens, informações que aproximem os alunos da problemática do projeto).

3ª etapa: Escolha da temática (definição de  temáticas mais específicas que  se quer trabalhar através de discussões, reflexões e sugestões de alunos e os professores)

4ª etapa: Perguntas do projeto (Elaboração feita pelos alunos, o que eles gostariam de saber em relação ao tema. Eles elaboram as questões individualmente e depois o grupo classe escolhem as perguntas do projeto final)

5ª etapa: Planejamento docente das estratégias e metodologias articulando às perguntas aos conteúdos disciplinares.

6ª etapa:  Busca coletiva de respostas à perguntas do projeto. (O projeto segue com atividades e pesquisas que buscam responder as perguntas).






Vídeo-aula 25:  Estratégia de Projetos e Educação em Valores.

Professor: Ricardo Pataro


 Ao iniciar a vídeo aula o professor continuo citando o projeto anterior  sobre  o Trabalho Infantil a partir de uma dúvida dos alunos sobre o que seria uma renda per capita.

Por meio desta dúvida surgiram outras atividades a partir do conteúdo de matemática planejou uma atividade chamada de renda per capita, na qual os alunos puderam refletir sobre as desigualdades existentes no Brasil no qual o aluno tinha que complementar a renda familiar. 
Neste projeto o ensino de matemática fez mais sentido para os alunos, pois foi ensinada a partir de coisas que fazem parte de sua realidade...





Na disciplina de Língua Portuguesa, foi planejada pelo professor atividades com narrativas, na qual os alunos deveriam registrar o que havia sido dado, sobre diálogos entre crianças que trabalhavam e as que não trabalhavam, usaram conhecimentos prévios e foram adquirindo novos conhecimentos, foi feita uma troca de cartas entre alunos e escola vizinha, os alunos falaram sobre os problemas e decidiram conhecer os outros alunos e comprar jogos a eles.

O projeto é vivo, vai mudando conforme o andamento do projeto devendo focar no problema destacado pelos alunos. Para responder efetivamente as questões do projeto foi preciso a interligação das disciplinas de geografia (traçado de um trajeto de uma escola a outra) e história (desigualdades no Brasil) que não estavam previstas no projeto.


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